14 de março de 2009

LF & Edu: a praia top do Sul do Brasil

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3º DIA

Uma busca pelo ranking das melhores praias do Brasil, Bombinhas (SC) figura sempre no top 10 das revistas especializadas. Na classificação de 1 a 5 do Guia Quatro Rodas, duas praias do município de Bombinhas recebem quatro estrelas: Tainha e Quatro Ilhas. Foi onde passamos o terceiro dia da viagem, na sexta-feira (13).

Estamos hospedados na casa de um primo, a 300 metros da praia de Zimbros, ponto de partida para os principais pontos turísticos de Bombinhas. Isso incluiu a subida ao topo do maior morro da cidade, onde fica o Eco 360°, um mirante que permite ver todas das praias da redondeza e, devido à altura, também a Ilha de Florianópolis.

Quero (e vou) escrever mais sobre Zimbros - onde a farra do boi está no sangue dos nativos, embora a proibição da "brincadeira"-, sobre as belezas de Bombinhas e as curiosidades de sua mais bela praia, Quatro Ilhas, invadida todo verão pelos argentinos. Contudo, estou exausto e preciso dormir - o que Eduardo já está fazendo há duas horas.

A viagem segue neste sábado (14) para Florianópolis e, no dia seguinte, para o Rio Grande do Sul. Até o momento, desde a saída de Pato Branco na manhã da quarta-feira (11), já passamos por Palmas (Usina Eólica), Penha (Beto Carrero e Praia de Armação), Balneário Camboriú e Bombinhas.

Peço para que os amigos divulguem o blog. E para não ficar "pescando" durante o dia, vou dormir.
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Eduardo no Eco 360°, mirante do ponto mais alto de Bombinhas, cujo acesso se dá mediante taxa de R$ 1.
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13 de março de 2009

LF & Edu: o melhor 'bolo' de aniversário

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2° DIA

A entrada no Beto Carrero World custa R$ 88 na alta temporada. Todos os brinquedos e atrações estão disponíveis, porém, com intermináveis filas. Na baixa temporada, ou seja, no período de aulas, a entrada custa R$ 60, o parque não opera com todas as suas atrações, mas, para compensar, quase não há filas. Estudantes pagam meia entrada, aniversariantes entram de graça. Foi meu caso.

Com respeito a todas as velas "faisquentas" e a todos os glacês anteriores, o "bolo" de meus 28 anos foi o melhor de todos. Além de receber presentes e de comemorar na presença de parentes e amigos, não me recordo bem do que fiz no dia em que fiquei mais velho nos 27 anos que se passaram. Contudo, do aniversário a 100 km/h numa montanha-russa pirada, da queda livre de uma torre mais alta que qualquer edifício de Pato Branco e de outros brinquedos radicais vou levar, com certeza, muito tempo para esquecer.

A previsão do tempo anunciava temporal para Santa Catarina (SC) na quinta-feira (12) e, para desanimar, no início da madrugada já chovia forte. Da pousada, a 50 metros da entrada do Beto Carrero World, dava para ver a diversão ir por água abaixo. Era preciso sol para aproveitar ao máximo o que o parque tem a oferecer. Por fim, o tempo amanheceu nublado, não choveu e o sol deu as caras à tarde, a ponto de queimar a pele. Deus deve ter pensado: "ainda sou eu quem manda nessa porcaria de tempo, e eles merecem um belo dia". E com o Altíssimo não se discute: "houve sol".

O maior parque temático da América Latina nos recebeu das 9h30 às 16h30. A companhia de meu irmão em um lugar que vale o que se paga (sem pechinchar) foi um grande presente de aniversário, o mais gostoso "bolo" de todos, mesmo sem o glacê. Os detalhes sobre o que fizemos no parque? Bom, isso vou deixar para depois. Há pouco, o notebook olhou para mim e, com um olhar de reprovação disse: "tua cara está horrível, vai dormir um pouco".

Escrevo do município de Bombinhas (SC), da praia de Zimbros, onde mora meu primo com esposa e duas filhas. O mar está a menos de 300 metros e, com algum esforço, dá para ouvir as ondas. O Eduardo já está dormindo há pelo menos duas horas e eu, o único acordado na casa, além dos cachorros da vizinhança, encerro aqui o "expediente". Queria escrever mais sobre os atrativos do Beto Carrero, principalmente sobre a montanha-russa monstra inaugurada em dezembro de 2008, mas a fadiga me venceu. Montanhas-russas também cansam.
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11 de março de 2009

LF & Edu: praia nove anos depois

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1º DIA

Disse a mim mesmo que não entraria no MSN por esses dias, porém, não resisti e acessei minha conta após um dia de mais de 600 quilômetros rodados. Aí uma bela moça de Maringá, que apareceu online para dar os parabéns pelos 28 anos em cada joelho, perguntou-me: "onde você está agora?". A resposta veio com o bom sentimento de que a viagem planejada há algums meses está se concretizando, tal como pensada inicialmente.

"Estou no quarto de uma pensão, a exatos 50 metros da entrada do Beto Carrero World". Digo "exatos" porque pensões e hotéis sempre forçam a barra ao mencionar a proximidade de suas instalações em relação aos pontos turísticos. Desta vez não houve propaganda enganosa. Do quarto dá para ver o trinco da porta principal do castelo de entrada do maior parque temático da América Latina.

No Beto Carrero, período de aula é baixa temporada e, nessa época, o parque abre apenas de quinta-feira a domingo. Saímos de Pato Branco (PR) às 8 horas e chegamos a Penha (SC) por volta das 16 horas. No itinerário da viagem, a ideia era aproveitar o parque na quinta-feira (12), data do meu aniversário. Logo, não pagaria a entrada - que é grátis para quem está ficando mais velho no dia - e racharia o valor do ingresso de meu irmão. No entanto, para me presentear ele insistiu em pagar a dele sozinho.

Será um aniversário diferente, sem bolo, sem velas, sem aqueles zilhões de cumprimentos de parabéns (com abraços e tapinhas nas costas), mas terá muita adrenalina. Agora que podemos ver o parque da janela, não tem jeito, teremos de encarar a montanha-russa, o elevador e outros brinquedos radicais. E ficar de ponta-cabeça em vários deles, várias vezes, até cansar.

O melhor da quarta-feira, no entanto, não foi descobrir uma pensão tão bem localizada e com diária de R$ 30 por pessoa - para quarto duplo, com ar-condicionado e direito a café da manhã -, e sim a praia. Desde 2000, quando estive no Rio de Janeiro, não via o mar. No período, cruzei o oceano de avião, mas não provei da água salgada e não ouvi o incansável som das ondas.

Tímido, o sol estava encoberto por nuvens. Fazia calor e a água estava quente, convidativa para algumas braçadas. "Preciso dar um bicaço", disse para meu irmão. Ele não topou a ideia, assim, pulei sozinho bem mais de sete ondas. Tínhamos encontrado o mar a partir de uma vila de pescadores e, caminhando pela areia, chegamos à praia da Armação. Lá, quase sem ninguém à vista - além de um velhinhos jogando bocha de praia e de um pai e uma filha (bela a filha, horrível o pai) curtindo o mar -, tive meu reencontro com a água salgada (que fiz questão de provar, outra vez) depois de nove anos.

Por fim, com o chegar da noite, descansaríamos até a manhã seguinte. Era o que estava nos planos, até a mente brilhante de Eduardo cogitar um giro em Balneário Camboriú (SC), a pouco mais de meia hora de carro da pensão. Uma cidade com vida noturna intensa, calçadão beira-mar movimentado, inúmeras opções em bares e restaurantes... só isso já soava bem melhor do que uma cama de pensão. E assim terminou a quarta-feira. Para que a namorada de meu irmão (leitora assídua deste blog) durma sossegada, vale ressaltar que fomos comportadaos e retornamos cedo, bem cedo, para a pensão Duas Irmãs.
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Na foto superior, LF na praia da Armação. Na segunda foto, Edu próximo à pensão, com a entrada do Beto Carrero logo ao fundo.
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LF & Edu: pé na estrada

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Os amigos que vêm acompanhando o Blog do LF bem sabem do principal planejamento para minhas férias: uma viagem entre irmãos. Algo que desejava há tantos anos e que vai começar a se materializar nesta quarta-feira (11), ao amanhecer, quando LF e Eduardo pegarem a estrada.

Por sete ou oito dias vamos percorrer (de carro) primeiro o litoral catarinense - Bombinhas e praias vizinhas e também Florianópolis -, com direito a Beto Carrero. O destino seguinte será a serra gaúcha, com a possibilidade de uma rápida passagem pela "capital do mundo" - ou melhor, Porto Alegre - não sem antes visitar alguma vinícola em Bento Gonçalves (RS), além das convidativas Gramado e Canela.

Trata-se de uma viagem muito importante para mim - creio que para meu irmão do meio também. A diferença de um ano e meio na idade sempre nos fez ser muito próximos. Frequentávamos as mesmas escolas, participávamos juntos do grupo de juvenis da igreja (Metodista), jogávamos no mesmo time amador de futsal, sentávamos no meio-fio em frente de casa para ver as meninas bonitas do bairro passar... mas nunca fizemos uma viagem juntos, apenas os dois.

O momento tão esperado chegou. Talvez por isso tudo, na véspera da viagem estava tão ansioso quanto na ocasião do embarque à Alemanha, em setembro de 2006. Estava em demasia inquieto, agitação que só passou com um chá de alguma coisa que dona Clacy preparou para eu beber.

Uma prévia do que faríamos por estes dias demos na segunda-feira (9). Ele e nossa mãe viajariam a Dionísio Cerqueira (SC) para tirar o passaporte - Edu e dona Clacy querem conhecer Portugal - e me convidaram para ir junto e aproveitar a ocasião para fazer umas compras na Argentina. Fomos, compramos (eu, vinhos), conversamos (muito), rimos, voltamos. Trouxe de lá uma peculiar mostarda argentina, com mel e pimenta, para meu irmão mais novo (João Paulo) - que não pôde ir.

O JP é formando em Publicidade & Propaganda e, estagiário, está empenhado no emprego para ser contratado - o que deve ocorrer pelos próximos dias. Competente, vai atingir o objetivo. Por isso não pôde ir à Argentina, por isso não viajará junto ao litoral catarinense e à serra gaúcha. Felizmente, tive a companhia dele na viagem à casa de meus pais no alagado (lago, barragem) do Iguaçu, no primeiro fim de semana após o início de minhas férias, em 2 de março.

A verdade é que já deveria estar dormindo para, o mais descansado possível, iniciar com as baterias recarregadas essa viagem que considero tão importante. Contudo, não resisti a uma última postagem antes de pôr o pé na estrada. Terminei de aprontar as malas e corri escrever. A intenção é publicar um texto ao fim de cada dia dessa viagem, por isso registro aqui o convite para que os amigos leitores acessem o Blog do LF e comentem as postagens. E que Deus abençõe a todos.
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Na primeira foto mãe e filhos na fronteira entre Brasil e Argentina; na segunda foto LF esperando o sol nascer, no alagado do Iguaçu.
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4 de março de 2009

O sangue do escolhido

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A manhã de domingo era de sol e céu azul, com uma brisa suave que favorecia a consagrada rodinha de amigos na principal cafeteria de Pato Branco, a "boca maldita" da cidade. A viagem de férias, programada para dali alguns dias, era o assunto principal da conversa - inspirada por pequenos goles de café expresso com creme - entre meu irmão do meio e eu.

De dentro da cafeteria, onde também se vendem livros e revistas, podíamos ver o movimento do lado de fora (de veículos e de pessoas), na primeira quadra da Rua Guarani, o metro quadrado mais caro de Pato Branco. Em áreas importantes assim, a ronda policial costuma ser frequente e a criminalidade, o contrário. Não foi isso que se viu naquela manhã.

A calmaria foi quebrada quando um deficiente mental, figura conhecida e benquista dos clientes mais assíduos da cafeteria, correu para perto da entrada do estabelecimento para buscar ajuda. Um piscar de olhos mais tarde, surgem outros dois loucos, ambos maltrapilhos. Um deles, loiro e descabelado, dizia: "é ele que você tem de matar". Aquele que supostamente fora encarregado de matar, um sujeito moreno e impregnado pela sujeira e por um odor nada agradável, gritava: "eu sou o Diabo".

O "Diabo" ficou só no grito, como se quisesse intimidar a todos. Foi o loiro-louco que agiu ao partir para cima do louco do bem, amigo dos clientes. Agarrou-o com as mãos, uma no pescoço e outra no rosto, enquanto os funcionários ligavam para a polícia e alguns fregueses davam os primeiros passos no intuito de apartar a briga.

Ao ser esganado, o louco do bem aplicou uma mordida de pit bull no dedo do agressor, quase causando uma amputação. A Polícia Militar já tinha sido acionada naquele momento. O loiro-louco, transtornado ao ver jorrar sangue do dedo indicador de sua mão direita, passou a esbravejar: "vocês tiraram o sangue do escolhido". E quanto mais as pessoas riam da situação e das frases desconexas, mais o louco repetia que tinham tirado o sangue dele, um "escolhido", e que vingança seria feita.

Devia se tratar de um escolhido do "Diabo", já que tomando as dores do amigo louco, seu comparsa ajuntou duas pedras (grandes, por sinal) para atirar contra a pequena multidão, que observava o lamentável episódio a uma distância de cerca de 25 metros. A primeira investida acertou na parede de um hotel vizinho ao tumulto, a segunda no vidro e no retrovisor do gol branco de um dos clientes.

Ao ver que tinha feito besteira, o louco que dizia ter o Diabo no corpo, deu no pé com medo de ser preso. O louco "escolhido" se afastou sem pressa, "berrando" para todos ouvirem que ele era, óbvio, o escolhido - devia ter sido eleito em alguma votação no hospício de onde havia fugido. A clientela ficou revoltada, alguns cogitaram correr atrás do "Diabo" e aplicar, como se diz em alguns cantões do Paraná, uma "camaçada de pau" nele. Mas ninguém ousou tanto, tendo em vista o risco de levar uma pedrada.

Fiquei com meu irmão ali, reparando a cena de uma distância segura e, mais tarde, checando os estragos das pedradas na parede do hotel e também no veículo. Ficamos no local também por curiosidade, para saber se os loucos agressores seriam detidos. Como em tantas outras cidades brasileiras, em Pato Branco não foi diferente, a polícia chegou ao local apenas quase 20 minutos mais tarde, com o velocímetro da viatura bem pouco empolgado.

Da viatura da PM, desembarcaram dois policiais rechonchudos, um deles bem acima do peso para quem pode, eventualmente, ter de perseguir algum bandido em fuga. O outro, embora não tão gordo nem tão baixo, já aparentava idade para se aposentar. Olhei para meu irmão e disse: "já vi demais por hoje". Embarcamos no carro dele e fomos embora, deixando o último gole do café expresso esfriando na xícara.