17 de janeiro de 2011

Maldita balança

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A caminho da cafeteria preferida, na companhia de um colega de trabalho, fiz breve pausa em uma farmácia. Enquanto ele comprava algumas aspirinas, arrisquei conferir meu peso, o que não fazia desde o final das férias e de meu retorno a Maringá. Na balança, de camiseta e calça jeans: 92,2 kg. Conclusão: ou estava pesando demais para alguém de 1,79m ou precisava de uma calça mais leve - enfim, gordo sempre tem uma desculpa na ponta da língua.

Com dor de cabeça, o colega trocou o café pelo rumo de um quarto escuro e sem barulho. Segui para a cafeteria, sozinho, com a maldita balança em mente. Aliada às festividades de fim de ano, as férias haviam causado um baita estrago. Antes dela, a balança apontava 88,5 kg. Parte do aumento de peso, sei bem, encontrei em sobremesas, sorvetes, chocolates, filtrados doce, churrasco, massas, pães...

Outra parte da culpa atribuo às dezenas de guloseimas que provei em Lima, capital do Peru, durante as férias. Oh lugar onde se come bem! Se for colocar tudo no papel, o ganho de 3,7 kg foi pouco. Pelo que comi e bebi, poderia bem ter retornado com o tamanho do Ronaldo “fofômeno”.

Na cafeteria, pedi um café latte, com adoçante. A estratégia seria a mesma de perdas de peso anteriores: nada de açúcar. Para comer, uma empadinha de carde seca com abóbora cabotiá - a melhor opção em se tratando de empadinhas, da cidade.

- Algum molho para acompanhar - perguntou Graziela, a simpática atendente que costuma tirar o café na medida: com um leve toque de leite. No gosto da maioria dos maringaenses, ao contrário, bom é quando leva muito leite e pouco café. Quase uma heresia.

- Não, nada de maionese e afins - respondi.

Estava decidido, seria radical no controle da alimentação, mostrando ao estômago quem é que manda. Zero açúcar e nada de ketchup, mostarda ou maionese. Se deu certo no passado, daria de novo.

Ao som da guitarra de Marcos Santana, músico instrumental que se apresenta quinzenalmente na cafeteria do shopping e toca Pink Floyd aos amigos que vão prestigiá-lo, lembrei-me do objetivo que me propus ao completar 29 anos: chegar em forma aos 30. E estar em forma no meu caso, na avaliação da nutricionista do jornal, é pesar entre 81 e 82 kg. Posso não chegar lá faltando dois meses para completar 30 anos, mas a política do zero açúcar e nada de maionese, mostarda e ketchup já é um bom começo.

Naquele sábado, dispensei o açúcar, inclusive do café trufado da moça corpinho de violão da mesa à frente. Ela pode! Entretanto, no calor de rachar que fez no domingo, convidei a namorada para ir à sorveteria. Dieta que se preze, todos sabem, começa na segunda-feira.

***

PS.: A moça corpinho de violão, apenas para registrar o ato, roubou a cena ao chegar na cafeteria. Era como se eu pudesse ler o pensamentos dos demais no recinto que olhavam para as curvas de seu corpo.
Homens: “nossa, o que é isso... que gostosa!”
Mulheres: “vaca!”
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4 comentários:

  1. Fer... hehehehe... morar fora, sozinho, realmente tem seus prós e contras. Não esquenta... vc não é o único a se deparar com estas cenas na sua geladeira! Agora, nunca, nunca, nunca pense novamente em levar estas panelas premiadas ao forno...

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  2. Ooo Sil, teu comentário veio na crônica errada... hahaha. Desta aqui, faltou ressaltar duas exceções: açúcar no cafezinho preto pooooode. Ninguém merece café com adoçante. Segundo, depois de checar as calorias da mostarda (quase seis vezes menos que a maionese), decidi que mostarda também pooooode kkkk.

    Do autor.

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  3. Minha utopia: chegar aos 70 com o corpo do Keith Richards - seria uma maldição: chegar aos 50 como o corpo do Axl Rose. Valeu amigo por citar minhas aventuras floydianas! abraço

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  4. oi primo prometi e cumpri li teu texto
    nao liga para os quilinhos meu namorado ganha longe de você
    mas do apoio a emagrecer acho que 82 kg voce nao vai conseguir tao rapido mesmo mas não desista

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