1 de setembro de 2009
Uma linda mulher
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"Terminei o namoro. Vem me ver... e vem sem pressa de voltar, tá". Foi essa a mensagem que recebi da mulher amada, via SMS, uma noite dessas, já no final do expediente no jornal. Custei a acreditar e me contive, por estar no ambiente de trabalho, para não dar pulos de alegria ao reler o "torpedo". Custei a acreditar que não passava de um sonho ao acordar, no sofá, com o corpo doído, os olhos inchados e um princípio de torcicolo. Pareceu tão real que, ainda zonzo de sono, cheguei a conferir a caixa de mensagem do celular – e nada.
Nem sempre me recordo dos sonhos que tive, porém, de alguns poucos, daqueles carregados de realidade e impactantes por isso, não apenas lembro de cada detalhe, passo semanas refletindo a respeito deles. O que querem me dizer? Para mim, sonhos como esse da mensagem via celular são instigantes e, às vezes, preocupantes.
Costumo ter dois tipos de sonho. Aqueles com um misto de informações desconexas, que não fazem sentido, desconsidero. Esses, como o do relato, são raros e dão a impressão de que vão, de fato, acontecer. Em algumas ocasiões – em situações de pequena relevância – já aconteceram tal como eu havia sonhado. Isso, assusta.
Há alguns meses, dias depois de ter um desses sonhos que se concretizaram, sonhei que havia acertado as seis dezenas da Mega-Sena (e relatei isso, neste blog, em uma crônica). Despertei com os seis números em minha mente, de maneira que podia vê-los rabiscados no bilhete premiado. Voltei a dormir e, ao acordar, de novo, só me lembrava do número 12. Naquele dia, fiz uma aposta nesse número e em outros cinco, sem conseguir recordar quais eram os outros cinco. No concurso daquele dia, o 12 foi sorteado.
Cinco madrugadas antes desse do SMS, sonhei que minha ex-namorada estava grávida, com riqueza de detalhes da tensa conversa que tivemos a respeito e da maneira como ela anunciou a gravidez. Estivemos juntos, depois disso, e ela – sem saber de meu sonho – me contou que havia passado um par de dias preocupada com o atraso da menstruação. Disse-me como pretendia me contar, caso estivesse mesmo grávida. Detalhe: ela me contaria tal como eu havia sonhado.
Fico preocupado quando sonhos ruins envolvem pessoas próximas a mim. Também este ano, sonhei com a morte de um grande amigo que fiz em Maringá. Ele perderia a vida ao ser atropelado, no Centro da cidade, no dia em que fazia a mudança para outro apartamento. Cheguei a perguntar se ele estava planejando se mudar – e não estava, ainda bem –, mas não lhe contei o porquê da pergunta. Quando for deixar o apê, espero estar junto para me certificar de que ele vai olhar para os dois lados antes de atravessar a rua. De quebra, ajudo com a mudança.
Impressionado com os pensamentos que irrigaram minha mente enquanto eu entortava a cervical no sofá, tomei o rumo do quarto. Na cama, apanhei caderno e caneta da cabeceira e escrevi até o parágrafo anterior, antes de pegar no sono, por volta das 5 horas.
A claridade do Sol, o céu azul, que podia ser visto pela fresta da janela, e o barulho da construção do prédio ao lado me despertaram lá pelas 9 horas. Quando digo que alguns sonhos me instigam, não exagero. Com meiguice e doçura sem iguais, a linda mulher – a "Julia Roberts" de meus pensamentos – havia retornado para mim, agora, para sempre. Acordei feliz, mesmo sabendo que se tratava apenas de um sonho, até porque, sonhos às vezes se materializam.
Sonhar é de graça e, pelo menos neles, o "felizes para sempre" de tantas obras literárias é possível, tanto quanto estar com quem se deseja. Que o sonho do SMS seja, quiçá, daqueles que tem continuidade, na vida real.
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"Terminei o namoro. Vem me ver... e vem sem pressa de voltar, tá". Foi essa a mensagem que recebi da mulher amada, via SMS, uma noite dessas, já no final do expediente no jornal. Custei a acreditar e me contive, por estar no ambiente de trabalho, para não dar pulos de alegria ao reler o "torpedo". Custei a acreditar que não passava de um sonho ao acordar, no sofá, com o corpo doído, os olhos inchados e um princípio de torcicolo. Pareceu tão real que, ainda zonzo de sono, cheguei a conferir a caixa de mensagem do celular – e nada.
Nem sempre me recordo dos sonhos que tive, porém, de alguns poucos, daqueles carregados de realidade e impactantes por isso, não apenas lembro de cada detalhe, passo semanas refletindo a respeito deles. O que querem me dizer? Para mim, sonhos como esse da mensagem via celular são instigantes e, às vezes, preocupantes.
Costumo ter dois tipos de sonho. Aqueles com um misto de informações desconexas, que não fazem sentido, desconsidero. Esses, como o do relato, são raros e dão a impressão de que vão, de fato, acontecer. Em algumas ocasiões – em situações de pequena relevância – já aconteceram tal como eu havia sonhado. Isso, assusta.
Há alguns meses, dias depois de ter um desses sonhos que se concretizaram, sonhei que havia acertado as seis dezenas da Mega-Sena (e relatei isso, neste blog, em uma crônica). Despertei com os seis números em minha mente, de maneira que podia vê-los rabiscados no bilhete premiado. Voltei a dormir e, ao acordar, de novo, só me lembrava do número 12. Naquele dia, fiz uma aposta nesse número e em outros cinco, sem conseguir recordar quais eram os outros cinco. No concurso daquele dia, o 12 foi sorteado.
Cinco madrugadas antes desse do SMS, sonhei que minha ex-namorada estava grávida, com riqueza de detalhes da tensa conversa que tivemos a respeito e da maneira como ela anunciou a gravidez. Estivemos juntos, depois disso, e ela – sem saber de meu sonho – me contou que havia passado um par de dias preocupada com o atraso da menstruação. Disse-me como pretendia me contar, caso estivesse mesmo grávida. Detalhe: ela me contaria tal como eu havia sonhado.
Fico preocupado quando sonhos ruins envolvem pessoas próximas a mim. Também este ano, sonhei com a morte de um grande amigo que fiz em Maringá. Ele perderia a vida ao ser atropelado, no Centro da cidade, no dia em que fazia a mudança para outro apartamento. Cheguei a perguntar se ele estava planejando se mudar – e não estava, ainda bem –, mas não lhe contei o porquê da pergunta. Quando for deixar o apê, espero estar junto para me certificar de que ele vai olhar para os dois lados antes de atravessar a rua. De quebra, ajudo com a mudança.
Impressionado com os pensamentos que irrigaram minha mente enquanto eu entortava a cervical no sofá, tomei o rumo do quarto. Na cama, apanhei caderno e caneta da cabeceira e escrevi até o parágrafo anterior, antes de pegar no sono, por volta das 5 horas.
A claridade do Sol, o céu azul, que podia ser visto pela fresta da janela, e o barulho da construção do prédio ao lado me despertaram lá pelas 9 horas. Quando digo que alguns sonhos me instigam, não exagero. Com meiguice e doçura sem iguais, a linda mulher – a "Julia Roberts" de meus pensamentos – havia retornado para mim, agora, para sempre. Acordei feliz, mesmo sabendo que se tratava apenas de um sonho, até porque, sonhos às vezes se materializam.
Sonhar é de graça e, pelo menos neles, o "felizes para sempre" de tantas obras literárias é possível, tanto quanto estar com quem se deseja. Que o sonho do SMS seja, quiçá, daqueles que tem continuidade, na vida real.
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Sua melhor crônica até agora. cana virando açucar refinado.
ResponderExcluirum abraço
Estás ficando com bom topete, meu colega! Agora até com pretenções pro lado de Julia Roberts. E uma cobertura de Copa do Mundo, continua na cabeça de seus sonhos?
ResponderExcluirGrande abraço!
Capitão
Muito boa a crônica, cheia de detalhes, que transportam o leitor ao próprio fato. De repente, me vi sentada ao sofá vendo depertá-lo, um tanto confuso com o sonho... é essa sensação - de testemunha ocular - que sinto ao ler uma de suas crônicas. Desta vez, fiquei ainda mais instigada: quem seria a misteriosa ex-namorada?
ResponderExcluirElaine, Maringá
Ainda bem que tudo não passou de um sonho ...e , sonhar não custa nada e ainda podemos ter quantos personagens ou personalidades no seu caso Julia Roberts quisermos.
ResponderExcluireheheheh.
Um abraço,
Cláudia
Marmeleiro-PR
oi Fernando!
ResponderExcluirNunca mais recebi aviso no msn de uma nova crônica, mas sempre q posso passo por aqui.. hehe
Muito bem elaborado este texto, concordo com a Elaine na riqueza de detalhes....
A ex namorada até sei quem é, fiquei curiosa pra saber quem é a "Julia Roberts" dos seus sonhos! hauahauahauahaua
abraço, sucesso!
Mas bah, quantos comentários, quantas perguntas!! Vamos às respostas.
ResponderExcluirJoão, my little brother, curti muito o "cana virando açúcar refinado", um baita elogio.
Rubão, meu colega jornalista, certamente, uma Copa do Mundo continua em meus sonhos. Será que a vida me reserva a África do Sul? Quem sabe.
Elaine, minha colega de O Diário, agora editora de Suplementos, obrigado pelo apoio de sempre. Sei que você já leu todas as minhas crônicas, fico lisonjeado por isso.
Cláudia, bom que não passou de um sonho, caso contrário minha meus pais já deveriam se preparar para ser avós (e ainda acho cedo para isso). Ufa!
Luana, minha cunhadinha, vou te deixar informada sobre novas postagens, pode deixar! E continue lendo (o:
E um esclarecimento a todos: a "Julia Roberts" dos meus sonhos é a mulher ideal, se é que isso existe. Não esperem que ela exista numa pessoa só, na realidade, ela é o que de melhor cada uma das ex-namoradas tinha. Registre-se: foram bem poucas namoradas.
eita FERNANDO,nao é q é msm cana virando açucar!!!!!!!!!parabens adorei a cronica,mto boa msm!!!!bjim até mais.
ResponderExcluirCana virando açucar refinado...
ResponderExcluiré isso mesmo!
Nota: 6,5
ResponderExcluirVinicius Carvalho
Nota: 8,5
ResponderExcluirThiago Ramari (por email)
Nota: 8,0
ResponderExcluirJuliana Daibert (por email)
Nota: 9,0
ResponderExcluirElaine Utsunomiya (por email)