19 de maio de 2009
Canáááááááários!
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Há quem diga que jornalista só anda junto. Não é verdade, mas quando andam em grupo, fora da rotina de trabalho, costumam aproveitar com intensidade cada momento. Isso, sim, é verdade. Foi o que aconteceu no domingo, último dia da Expoingá 2009.
“Vou levar minha sobrinha nos brinquedos do parque, vamos juntos?” A ideia foi da repórter setorista de saúde, Lois Lane, que recebeu a demonstração de interesse de um bom número de colegas. Contudo, na hora de enfrentar o desafio apenas O Cara, Dzã-dzã-dzã, Mortal e Sensação – além de Lois e a pequena sobrinha – marcaram presença no ponto de encontro: o próprio jornal.
Já no Parque de Exposições de Maringá, por volta das 18 horas, o jeito foi encarar longas filas em cada um dos brinquedos. O primeiro deles foi eleito por unanimidade: o bate-bate ou tromba-tromba – que lá em Pato Branco se chama carrinho de choque. Um clássico dos parques de diversão, capaz de fazer qualquer marmanjo se sentir dez anos mais jovem, no mínimo.
A julgar pelo trânsito da cidade, Mortal questionou os colegas se não seria ali o local onde os maringaenses aprendem a dirigir. Na “autoescola”, ou melhor, no bate-bate a maioria dos “clientes” geralmente são crianças, mas chegada a vez dos jornalistas, por coincidência ou não, a maior parte dos “motoristas” eram adultos. Dzã-dzã-dzã, que tirou em Maringá a habilitação para dirigir, parecia o mais familiarizado com os carros de um único pedal, movidos à eletricidade. O Cara, o mais alto da turma, teve certa dificuldade para acomodar as pernas dentro do cockpit.
Na literatura, fala-se muito da fonte da juventude. Essa é, quem sabe, a melhor analogia para definir um brinquedo feito para crianças, mas que segue encantando pessoas de todas as idades. Dali, os rejuvenescidos amigos partiram para os brinquedos mais radicais. O mais impressionante deles era também o mais caro. O ingresso do extreme custava R$ 5, dos demais brinquedos R$ 3.
Trata-se de um pêndulo com quatro bancos, cada qual com quatro assentos. Atinge altura maior que o barco viking e velocidade superior ao kamikaze. Para piorar, além do movimento pêndulo, o aparelho gira os assentos no sentido horário, proporcionando mais: emoção, frio no estômago, náuseas, falta de fôlego, medo, tontura, entre outros efeitos colaterais. Na fila, o jeito era não fitar os olhos no brinquedo, para não correr o risco de uma desistência súbita.
Chegada a hora de encarar o extreme, Lois sugeriu o seguinte grito de guerra: “canáááááááários”, com um 'A' acentuado para cada integrante da galera – reforçada com a chegada de OFFíssima e de seu noivo argentino. E foi o que mais se ouviu do grupo, tão logo o botão “on” do aparelho foi acionado. Quanto mais altitude e velocidade tomava o pêndulo, mais canários eram ouvidos. É em horas como aquela que surgem três inevitáveis e pertinentes perguntas: “que diabos estou fazendo aqui? Será que vou aguentar sem vomitar? Quando é que essa M. vai parar? Para quem vê de fora é questão de segundos; para quem resolve encarar, a “bagaça” leva uma eternidade.
Todos sobreviveram, lógico que com doses de pânico e adrenalina distintos. Não satisfeito com a liquidificante experiência, O Cara bradou: “vamos na montanha-russa agora?” Para o estômago de OFFíssima e seu noivo, o extreme foi o suficiente, mas os demais toparam a ideia de O Cara. Como diz a nova máxima: brasileiro não desiste nunca!
Por mais que os engenheiros se dediquem a projetar novos brinquedos, a montanha russa segue com o status de “Pelé” dos parques de diversão, veste sempre a "camisa 10" e se destaca fácil entre os demais brinquedos. Parte da adrenalina que ela proporciona, vale ressaltar, vem do som dos carrinhos sobre os trilhos e do deslocamento de ar dos bólidos em alta velocidade. Provavelmente são projetadas por sujeitos dementes que, nos tempos de faculdade de Engenharia, passavam horas projetando instrumentos de tortura para testar nos calouros.
Na montanha-russa composta por uma grande descida inicial, um looping e várias curvas fechadas, a sensação de medo foi maior que no extreme. Mortal e Lois, que em oportunidades anteriores já haviam encarado as cruéis montantas-russas invertidas, que o digam. Sensação ficou pálida, a pressão arterial de Mortal desceu para amarrar seus cadarços e O Cara, após segundos de gritos sem tomar ar, ficou em silêncio – sabe lá quais efeitos colaterais acometeram o pobre homem. Enquanto isso, Lois, sua sobrinha e Dzã-dzã-dzã já pensavam na próxima aventura.
Os três incansáveis (loucos, por que não) foram numa “roda gigante velocista”, mais rápida que todos os demais brinquedos. O "trem" girava sem piedade e sem preguiça, a princípio na horizontal, inclinando para a vertical aos poucos. Sensação tirava fotos, O Cara reparava na aparência dos três – Lois de olhos fechados, sua sobrinha de olhos arregalados e Dzã-dzã-dzã vermelho como um pimentão –, enquanto Mortal contava o número de voltas rápidas, capazes de fazer Rubens Barrichello voltar a vencer uma corrida.
Alguém ainda ousou, e desta vez não foi O Cara, comentar: "não vamos no kamikaze?" A infeliz ideia foi seguida de um uníssono "nããããão!" Pudera, naquela altura do campeonato ninguém queria encarar um "piloto suicida japonês", todos queriam mesmo era um pastel banhento com Coca-Cola, para ajudar a descer. Extreme, montanha-russa e similares... deixa para o próximo ano.
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Há quem diga que jornalista só anda junto. Não é verdade, mas quando andam em grupo, fora da rotina de trabalho, costumam aproveitar com intensidade cada momento. Isso, sim, é verdade. Foi o que aconteceu no domingo, último dia da Expoingá 2009.
“Vou levar minha sobrinha nos brinquedos do parque, vamos juntos?” A ideia foi da repórter setorista de saúde, Lois Lane, que recebeu a demonstração de interesse de um bom número de colegas. Contudo, na hora de enfrentar o desafio apenas O Cara, Dzã-dzã-dzã, Mortal e Sensação – além de Lois e a pequena sobrinha – marcaram presença no ponto de encontro: o próprio jornal.
Já no Parque de Exposições de Maringá, por volta das 18 horas, o jeito foi encarar longas filas em cada um dos brinquedos. O primeiro deles foi eleito por unanimidade: o bate-bate ou tromba-tromba – que lá em Pato Branco se chama carrinho de choque. Um clássico dos parques de diversão, capaz de fazer qualquer marmanjo se sentir dez anos mais jovem, no mínimo.
A julgar pelo trânsito da cidade, Mortal questionou os colegas se não seria ali o local onde os maringaenses aprendem a dirigir. Na “autoescola”, ou melhor, no bate-bate a maioria dos “clientes” geralmente são crianças, mas chegada a vez dos jornalistas, por coincidência ou não, a maior parte dos “motoristas” eram adultos. Dzã-dzã-dzã, que tirou em Maringá a habilitação para dirigir, parecia o mais familiarizado com os carros de um único pedal, movidos à eletricidade. O Cara, o mais alto da turma, teve certa dificuldade para acomodar as pernas dentro do cockpit.
Na literatura, fala-se muito da fonte da juventude. Essa é, quem sabe, a melhor analogia para definir um brinquedo feito para crianças, mas que segue encantando pessoas de todas as idades. Dali, os rejuvenescidos amigos partiram para os brinquedos mais radicais. O mais impressionante deles era também o mais caro. O ingresso do extreme custava R$ 5, dos demais brinquedos R$ 3.
Trata-se de um pêndulo com quatro bancos, cada qual com quatro assentos. Atinge altura maior que o barco viking e velocidade superior ao kamikaze. Para piorar, além do movimento pêndulo, o aparelho gira os assentos no sentido horário, proporcionando mais: emoção, frio no estômago, náuseas, falta de fôlego, medo, tontura, entre outros efeitos colaterais. Na fila, o jeito era não fitar os olhos no brinquedo, para não correr o risco de uma desistência súbita.
Chegada a hora de encarar o extreme, Lois sugeriu o seguinte grito de guerra: “canáááááááários”, com um 'A' acentuado para cada integrante da galera – reforçada com a chegada de OFFíssima e de seu noivo argentino. E foi o que mais se ouviu do grupo, tão logo o botão “on” do aparelho foi acionado. Quanto mais altitude e velocidade tomava o pêndulo, mais canários eram ouvidos. É em horas como aquela que surgem três inevitáveis e pertinentes perguntas: “que diabos estou fazendo aqui? Será que vou aguentar sem vomitar? Quando é que essa M. vai parar? Para quem vê de fora é questão de segundos; para quem resolve encarar, a “bagaça” leva uma eternidade.
Todos sobreviveram, lógico que com doses de pânico e adrenalina distintos. Não satisfeito com a liquidificante experiência, O Cara bradou: “vamos na montanha-russa agora?” Para o estômago de OFFíssima e seu noivo, o extreme foi o suficiente, mas os demais toparam a ideia de O Cara. Como diz a nova máxima: brasileiro não desiste nunca!
Por mais que os engenheiros se dediquem a projetar novos brinquedos, a montanha russa segue com o status de “Pelé” dos parques de diversão, veste sempre a "camisa 10" e se destaca fácil entre os demais brinquedos. Parte da adrenalina que ela proporciona, vale ressaltar, vem do som dos carrinhos sobre os trilhos e do deslocamento de ar dos bólidos em alta velocidade. Provavelmente são projetadas por sujeitos dementes que, nos tempos de faculdade de Engenharia, passavam horas projetando instrumentos de tortura para testar nos calouros.
Na montanha-russa composta por uma grande descida inicial, um looping e várias curvas fechadas, a sensação de medo foi maior que no extreme. Mortal e Lois, que em oportunidades anteriores já haviam encarado as cruéis montantas-russas invertidas, que o digam. Sensação ficou pálida, a pressão arterial de Mortal desceu para amarrar seus cadarços e O Cara, após segundos de gritos sem tomar ar, ficou em silêncio – sabe lá quais efeitos colaterais acometeram o pobre homem. Enquanto isso, Lois, sua sobrinha e Dzã-dzã-dzã já pensavam na próxima aventura.
Os três incansáveis (loucos, por que não) foram numa “roda gigante velocista”, mais rápida que todos os demais brinquedos. O "trem" girava sem piedade e sem preguiça, a princípio na horizontal, inclinando para a vertical aos poucos. Sensação tirava fotos, O Cara reparava na aparência dos três – Lois de olhos fechados, sua sobrinha de olhos arregalados e Dzã-dzã-dzã vermelho como um pimentão –, enquanto Mortal contava o número de voltas rápidas, capazes de fazer Rubens Barrichello voltar a vencer uma corrida.
Alguém ainda ousou, e desta vez não foi O Cara, comentar: "não vamos no kamikaze?" A infeliz ideia foi seguida de um uníssono "nããããão!" Pudera, naquela altura do campeonato ninguém queria encarar um "piloto suicida japonês", todos queriam mesmo era um pastel banhento com Coca-Cola, para ajudar a descer. Extreme, montanha-russa e similares... deixa para o próximo ano.
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Raios! Bela escrita do giro no parque de brinquedos com os amigos... muito divertido!
ResponderExcluirEstava a cercar-se de gajas?
ô pá, faz muitos anos que não estou a visitar um parque de brinquedos. Lembro-me muito dos carrinhos foje-foje e do trenzinho radical, com voltas e rodopios. Me recorda a infancia que de longe já se vai!
Esse seu texto me fez lembrar da nossa viagem para o Beto Carrero... semana passada li um livro: Nos Bastidores da Disney e fiquei com vontade de conhecer o melhor parque de diversões do mundo... podiamos ir juntos mais uma vez...
ResponderExcluirValeu irmão, seu textos cada dia melhores, gostei do que escreveu do seu amigo portuga aí acima...
É um texto para ler, reler e depois ler mais um montão de vezes pela riqueza dos detalhes que só você consegue passar de um jeito todo especial. Pra mim, vai ser um "domingo no parque" que vou lembrar por muito tempo. Mais ainda pela companhia de amigos de verdade. Bom eu também tirei minha carteira de habilitação em maringá, mas eu não dirijo igual os tromba-tromba :o(.
ResponderExcluirValeu pela crônica! Estou contando os dias para a nossa próxima aventura: a caminhada ecológica.
bjus
Sensação.
Errata:
ResponderExcluirna ultima frase do texto abaixo leia-se "o seu amigo" e não "do seu amigo" conforme postado anteriormente.
Eduardo disse...
Esse seu texto me fez lembrar da nossa viagem para o Beto Carrero... semana passada li um livro: Nos Bastidores da Disney e fiquei com vontade de conhecer o melhor parque de diversões do mundo... podiamos ir juntos mais uma vez...
Valeu irmão, seu textos cada dia melhores, gostei do que escreveu o seu amigo portuga aí acima...
Convidar os amigos para o kamikase depois de todos aqueles brinquedos aterrorizantes é covardia! Se o ingresso fosse dado de graça seria um presente de grego... Não entendi a parte de conseguirem comer um pastel banhento depois de tudo isso... os pasteis de feira são ótimos, mas não combinam com tontura, labirintite, ansias e afins... Excelente texto pela riqueza dos detalhes, estou quese me convencendo que também estive lá...
ResponderExcluirBizarras suas histórias, sr. LF!
ResponderExcluirHaja estômago para este "dia no parque"!
Era ingerir e "devolver"... HAHAHAHHA
realmente, como disse o "cavalo de tróia" logo acima, eu também quase acreditei que estive presente neste dia!!
Abraços, sucesso!
X=)
oi primo espero que entre tantos passeios um dia vc ache um tempinho para vir a Guarapuava visitar as primas vai ter historia para contar também com certeza
ResponderExcluirseeeensacional, sudoeste, como sempre.
ResponderExcluirsó uma reclamação: porque a sobrinha não ganhou apelido? tenho vários a sugerir: boneca, lindinha, chuchu, mascote...sim, porque depois da cumplicidade em esconder o cartaz surrupiado, ela se sente mais do que nunca uma das nossas. beijão, parabéns!
lois lane
Falta um texto do passeio em familia em Maringá, com a história da moça que trabalha lá no Cesar Pamon foods...
ResponderExcluirMais de um mês de atraso
Meu irmão Eduardo me cobrou, com todo direito, uma crônica do dia em que ele e meu irmãos mais novo, as respectivas namoradas, e minha mãe me visitaram em Maringá. Estou devendo essa e muitas outras /o:
ResponderExcluirPagarei com júros!
Em tempo, o primeiro comentário parece ser de um português. Tenho visto no Google Analytics que o Blog do LF tem recebido um número crescente de acessos de Portugal. Fico imensamente feliz por isso.
Nota: 7
ResponderExcluirVinicius Carvalho
Nota: 9,0
ResponderExcluirThiago Ramari (por email)
Nota: 8,5
ResponderExcluirJuliana Daibert (por email)
Nota: 8,0
ResponderExcluirElaine Utsunomiya (por email)
Adoreiii.... domingo no parque, óootimo. Temos que repetir
ResponderExcluirOFFíssima