8 de fevereiro de 2013
Boa Viagem
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Era para ser mais uma sexta-feira de verão. Em Maringá, normalmente, isso significa calor e temperaturas máximas acima de 30 graus, ótimo para quem está na praia e péssimo para quem não tem ar-condicionado no escritório. Ainda bem, o que era para ser não foi. Fez frio!
Aquela manhã começou com cara de chuva e clima ameno. Ótimo para um café bem quente e um pão com chimia. Acordei cedo, com tempo de alguma leitura antes de partir para o trabalho. "Será que tem revista para mim na portaria", pensei. Desci na recepção do prédio para conferir e aproveitei para levar algumas sacolas de lixo. Deixei a água fervendo para passar o café. Um dia fresquinho daqueles merecia algo melhor que um mero solúvel.
Na portaria, nenhuma revista, mas uma grata novidade. O carteiro havia entregado um cartão postal de uma amiga viajante, jornalista, ex-colega de redação no maior jornal da cidade. De sorriso ímpar, por sorte, era minha vizinha de mesa. No jornal, eu costumava pegar pautas de política e ela, de assuntos mais honestos. Às vezes, flagrava-me olhando para a bela jornalista. Quando se trabalha por longas horas e sucessivos dias diante do computador, colírio se faz necessário.
Depois de encher o coração dos maringaenses de saudades, numa despedida sem alardes, Cristiane ganhou o mundo. Morou em Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e sei lá onde mais. Quase a perdemos para Londres. Por fim, descobri no postal, estava ela em Recife. Logo imaginei as praias, a boa comida, gente receptiva e tantas paisagens de tirar o fôlego. É o que eu vejo nas fotos de amigos, nas revistas e na TV, já que, por infortúnio, nunca estive no Nordeste do País.
"Estou adorando Pernambuco! Recife tem um vento bom que balança os cabelos e faz a gente pensar na vida", escreveu a amiga, de cabelo longos, pretos e lisos. Fã de Chico Buarque, moça de bom gosto, fina e ao mesmo tempo simples. Tanto é que certa vez, já faz alguns bons anos, convidei-a para sair comer um "dógão" desses de esquina, com direito a molho de maionese temperado com ervas, e tubaína para acompanhar. E ela topou sem titubear. Recordar bons tempos do passado nos faz revigorar a alma.
Para um colecionador de postais, aquela correspondência foi um deleite. Na foto, Boa Viagem, a praia urbana mais famosa e badalada da capital pernambucana. Li que são quase sete quilômetros de extensão, de areia dourada e convidativa, com parte da costa protegida por uma barreira de recifes, responsável pela formação de belas piscinas naturais.
Entre goles de café e mordiscadas no pão com chimia, li e reli o postal. Apanhei um alfinete e marquei Recife no mapa-múndi que tenho na parede da sala. No quadro estão marcados todos os lugares de onde amigos me enviaram postais. Isso inclui destinos exóticos como as capitais Honolulu, do Havaí, e Nuuk, da Groenlândia. Como decoração, combinou com a bicicleta que tenho na parede.
Com a alma e o estômago alimentados, parti para o trabalho, sem blusa, para aproveitar o clima ameno. Como postais não anunciam detalhes do remetente, terei de descobrir por outros meios o endereço para retribuir, com outro postal, essa pequena lembrança que tornou um dia cinzento muito mais agradável.
E antes que me perguntem o que é "dógão" e chimia, digo-lhes que o primeiro, também conhecido como cachorrão, é o lanche típico de Maringá, um tipo de cachorro quente prensado que nenhuma outra cidade no mundo sabe fazer melhor. Nessa bela cidade arborizada, Big Mac é para os fracos. O segundo é o nome gaúcho, aportuguesado de schmier em alemão, para doce ou geleia de passar no pão. Detalhe, nossa schmier é doce e a dos alemães, salgada e preparada com queijo (Shimierkasse).
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Era para ser mais uma sexta-feira de verão. Em Maringá, normalmente, isso significa calor e temperaturas máximas acima de 30 graus, ótimo para quem está na praia e péssimo para quem não tem ar-condicionado no escritório. Ainda bem, o que era para ser não foi. Fez frio!
Aquela manhã começou com cara de chuva e clima ameno. Ótimo para um café bem quente e um pão com chimia. Acordei cedo, com tempo de alguma leitura antes de partir para o trabalho. "Será que tem revista para mim na portaria", pensei. Desci na recepção do prédio para conferir e aproveitei para levar algumas sacolas de lixo. Deixei a água fervendo para passar o café. Um dia fresquinho daqueles merecia algo melhor que um mero solúvel.
Na portaria, nenhuma revista, mas uma grata novidade. O carteiro havia entregado um cartão postal de uma amiga viajante, jornalista, ex-colega de redação no maior jornal da cidade. De sorriso ímpar, por sorte, era minha vizinha de mesa. No jornal, eu costumava pegar pautas de política e ela, de assuntos mais honestos. Às vezes, flagrava-me olhando para a bela jornalista. Quando se trabalha por longas horas e sucessivos dias diante do computador, colírio se faz necessário.
Depois de encher o coração dos maringaenses de saudades, numa despedida sem alardes, Cristiane ganhou o mundo. Morou em Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e sei lá onde mais. Quase a perdemos para Londres. Por fim, descobri no postal, estava ela em Recife. Logo imaginei as praias, a boa comida, gente receptiva e tantas paisagens de tirar o fôlego. É o que eu vejo nas fotos de amigos, nas revistas e na TV, já que, por infortúnio, nunca estive no Nordeste do País.
"Estou adorando Pernambuco! Recife tem um vento bom que balança os cabelos e faz a gente pensar na vida", escreveu a amiga, de cabelo longos, pretos e lisos. Fã de Chico Buarque, moça de bom gosto, fina e ao mesmo tempo simples. Tanto é que certa vez, já faz alguns bons anos, convidei-a para sair comer um "dógão" desses de esquina, com direito a molho de maionese temperado com ervas, e tubaína para acompanhar. E ela topou sem titubear. Recordar bons tempos do passado nos faz revigorar a alma.
Para um colecionador de postais, aquela correspondência foi um deleite. Na foto, Boa Viagem, a praia urbana mais famosa e badalada da capital pernambucana. Li que são quase sete quilômetros de extensão, de areia dourada e convidativa, com parte da costa protegida por uma barreira de recifes, responsável pela formação de belas piscinas naturais.
Entre goles de café e mordiscadas no pão com chimia, li e reli o postal. Apanhei um alfinete e marquei Recife no mapa-múndi que tenho na parede da sala. No quadro estão marcados todos os lugares de onde amigos me enviaram postais. Isso inclui destinos exóticos como as capitais Honolulu, do Havaí, e Nuuk, da Groenlândia. Como decoração, combinou com a bicicleta que tenho na parede.
Com a alma e o estômago alimentados, parti para o trabalho, sem blusa, para aproveitar o clima ameno. Como postais não anunciam detalhes do remetente, terei de descobrir por outros meios o endereço para retribuir, com outro postal, essa pequena lembrança que tornou um dia cinzento muito mais agradável.
E antes que me perguntem o que é "dógão" e chimia, digo-lhes que o primeiro, também conhecido como cachorrão, é o lanche típico de Maringá, um tipo de cachorro quente prensado que nenhuma outra cidade no mundo sabe fazer melhor. Nessa bela cidade arborizada, Big Mac é para os fracos. O segundo é o nome gaúcho, aportuguesado de schmier em alemão, para doce ou geleia de passar no pão. Detalhe, nossa schmier é doce e a dos alemães, salgada e preparada com queijo (Shimierkasse).
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Mto boa LF! sinceramente ultimamente tbm estou preferindo 'assusntos mais honestos' para minha leitura... hehe
ResponderExcluirMande sempre as novidades e um forte abraço!
Att. Eiguel Ribeiro
(MIDAS Publicidade)
Que lindo Luiz! Adorei te fazer feliz com meu postal. Melhor que viajar é partilhar nossas impressões e alegrias do percurso com quem a gente gosta não é? A correspondência continua! Um beijão
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