1 de fevereiro de 2009

Porco a pururuca: jogador de Copa também gosta

.

"Está a fim de cobrir uma reunião esportiva amanhã à noite? Ouvi que vai ter um jantar". A pergunta partiu de um editor, lá pelas tantas da noite, no final do expediente. Quando o dia de trabalho é árduo, o cansaço (mental, no caso de um jornalista) não te permite pensar em muitas possibilidades além de uma ducha quente e de uma cama espaçosa.

Clóvis, que editava interinamente as páginas de Esportes de O Diário, acrescentou: "se não tiver nada de interessante, você janta com o pessoal e vai embora". Uma espécie de isenção antecipada de culpa para o caso de, de fato, não ter nada de interessante no evento. No mínimo, conheceria novas caras. "Pode contar comigo", disse. O evento, no final de dezembro, marcaria o lançamento da camisa do Grêmio Maringá para a temporada 2009.

Vinte e quatro horas mais tarde, num clube dançante de idosos, aguardava pela apresentação da nova diretoria do clube e da camisa, com certa desconfiança. Havia comentários na cidade de que não seria desta vez que o ex-campeão paranaense ressurgiria das cinzas.

Batia um papo agradável com a assessora de imprensa não-oficial do Grêmio quando um colega de imprensa interrompeu. "Você viu quem está na reunião?". Ele se referia ao maringaense Alex Santos, lateral-esquerdo que disputou as Copas de 2002 e 2006 pela seleção japonesa. Filho ilustre do Grêmo Maringá, onde deu seus primeiros passos no futebol, Alex tinha dado o ar da graça. Isso significava, em suma, que tería uma matéria - com apresentação de camisa ou não.

Alex Santos, que ao contrário do Fenômeno não aparenta ter problema com peso, já se preparava para provar um aromático porquinho pupuruca, devidamente decorado com frutas e acompanhado de farofa (e limão em separado, para os mais exigentes), quando o interrompi. Fiz duas ou três perguntas e agendei para a manhã seguinte uma entrevista mais longa, na casa da avó dele. Fui àquela reunião sem a certeza de que o assunto renderia matéria, voltaria com a garantia de duas.

De fato, a camisa do Grêmio Maringá, listrada em preto e branco e com símbolo em preto e amarelo-quase-laranja, foi apresentada (e a matéria, publicada). E por quem? Alex Santos, que só não vestiu o manto por força contratual. É assim no futebol, o jogador só pode aparecer na mídia com a camisa de seu time (o Urawa Red, no caso de Alex) e da seleção nacional.

Dos famosos que entrevistei em 2008, sem contabilizar políticos, incluo Alex Santos no top três da lista, juntamente com o publicitário Roberto Justus e com o maratonista Vanderlei Cordeiro. Todos os três, simpáticos e atenciosos com a imprensa, cada qual do seu modo. Alex Santos: o mais a vontade nos trajes, porém, mais inibido na entrevista.

Foi uma conversa de 40 minutos, com gravador para registrar tudo e o fotógrafo Rafael Silva para garantir as melhores imagens (incluindo a foto desta postagem). O melhor do bate-papo com Alex Santos foi publicado em O Diário na edição deste domingo (1º de fevereiro). Ele disse, entre tantas coisas, que o São Paulo é como clube o exemplo a ser seguido no Brasil. Também falou sobre como se sentiu ao enfrentar a seleção brasileira, de Ronaldinho Gaúcho e companhia, na Copa da Alemanha, em 2006.
.

Um comentário:

  1. Muito bom seu blog, continue me mandando as atualizações...

    ResponderExcluir

Além de comentar, aproveite para compartilhar a crônica com seus amigos!