Em recente viagem de férias a Lima, capital do Peru, tirei um tempo para conhecer o tão bem falado – pelos guias de turismo – Bosque das Oliveiras (Bosque de los Olivos, em espanhol). Vi de perto as árvores centenárias e, satisfeito pela oportunidade, fico a imaginar o tamanho da frustração caso tivesse me deparado com o local fechado por tempo indeterminado. Decepção maior teriam dois colegas de redação, que optaram por férias em Nova York, caso encontrassem na ilha de Manhattan o Central Park interditado.
Foto: odiario.com |
Ao correr ou caminhar no entorno de um dos principais cartões postais de Maringá, algumas vezes senti a vontade de pular a cerca para ver se de fato existiam obras em execução no local. Sem autorização, poderia ser preso, porém, meu lado jornalista pressentia que o atrevimento renderia uma boa matéria. Novelas, todos sabem, dão boa audiência. No "vou, não vou", minha ousadia não chegou a tanto, nem a de um vereador de oposição que confessou ter a vontade de pular a cerca também – no bom sentido da palavra, claro.
O Parque do Ingá não foi aberto ao público em julho do ano passado, contrariando a previsão inicial do governo municipal. Num discurso otimista, o prefeito da cidade deu lá suas justificativas para o atraso e disse que o parque seria reaberto, parcialmente, em janeiro de 2011. À imprensa foi apresentado um belo projeto de revitalização, com uma série de atrativos a serem criados em parceria com a iniciativa privada. O resultado seria tão bom, dava a entender a prefeitura, que, no final das contas, a espera pela reabertura do parque valeria a pena.
O tempo passou, veio janeiro e... nada de concreto! A reabertura, vi na matéria de um colega de redação, foi adiada pela quarta vez. A novela, que já completa 21 meses, segue sem data para um final feliz. Os saguis mais jovens, nascidos na "era dos cadeados", imagino eu, continuarão por alguns meses a ouvir as belas histórias contadas por seus anciãos, sobre o quão bom eram os tempos dos visitantes que burlavam a fiscalização para lhes oferecer as mais variadas guloseimas.
Na condição de jornalista, seguirei dando minha contribuição profissional ao informar os leitores das novidades e reclamar das promessas não cumpridas. Na condição de cidadão, prosseguirei tentando explicar aos parentes e amigos, que vêm volta e meia me visitar em Maringá, o porquê de nosso principal parque continuar fechado ao público. No otimismo de que tudo termine bem, na ceia de Natal brindei para ter a sorte grande na Mega-Sena da Virada e para ver o Parque do Ingá na ativa outra vez. Em ambos os casos, o ano novo não teve um início feliz.
Crônica baseada em opinião publicada em odiario.com.
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Ainda está fechado? Eu me lembro... estava aí quando ele foi fechado!
ResponderExcluir[Via Facebook]
Legal o texto, Lula.
ResponderExcluirChama a atenção a demora e possivelmente o pouco interesse da prefeitura (imagino que seja a responsável direta) em relação ao Parque do Ingá. Algumas coisas em Maringá andam a "passo de tartaruga". Que o diga a velha rodoviária. A cidade praticamente não tem atração turística e com o Ingá fechado...
Geordano Tomaz
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