9 de dezembro de 2008
O anjo que virou demo
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A Bíblia fala, no livro de Gênesis, sobre a criação da Terra. Talvez por falta de espaço, talvez por sigilo divino, ou ainda pela falta de papel e caneta naqueles tempos, o livro sagrado não traz detalhes pormenores sobre como tudo começou. Aí, como sempre, há alguém com uma teoria nova sobre o início da humanidade.
Considerando o que ficou "em off", na minha versão, a história foi mais ou menos assim. No princípio, Deus criou os céus e a Terra. Depois, trabalhou na fabricação de uma variedade incrível de seres, todos irracionais, para enriquecer a Sua criação.
O Altíssimo percebeu, no decorrer da semana, que a invenção só ficaria legal se nela existisse alguém que fosse sua imagem e semelhança, que fosse inteligente, forte, decidido, valente, trabalhador e que jamais trocasse futebol por novela. Para encurtar a história, era o que faltava para a criação do homem. A obra-prima da fabulosa invenção recebeu o nome de Adão.
Uma das primeiras atribuições de Adão foi a de chefe de cartório do Éden. Ele tinha total autoridade para nomear os outros animais da época. Era um trabalho cansativo, mas a falta de ter com quem conversar – e de fazer outras coisas – fez de Adão um sujeito estressado. Nem os comprimidos diários de ginseng estavam resolvendo o problema.
Bem no dia em que Adão havia decidido que o animal pescoçudo se chamaria girafa e que o mais temido deles teria o nome de leão, Deus resolveu acrescentar algo à criação. Quando Adão adormeceu, logo após comer carne de carneiro ao molho madeira, Deus investiu na criação da mulher. "Acho que uma costela será o suficiente", pensou o Autor da Vida. Hoje é fato que talvez fossem necessárias bem mais do que uma mera costela.
Não há dúvidas, porém, de que Deus acertou em cheio no quesito beleza. Por pressuposto, deve ter exclamado após concluir a obra: "nossa, ficou bem mais bonito que o homem". Um detalhe, o ingrediente usado na fabricação de pêlos estava em falta, graças a Deus. Eva era loira natural, tinha a cintura bem definida e peso de acordo com sua altura: 1,70m. A cor dos olhos: azuis, claro.
Sempre perfeito, Deus gastava boa parte de seu tempo cuidando da Terra, de todos os seres vivos, mais precisamente de Adão e Eva. Os dois já pensavam em ter filhos, mas não sabiam como fazê-los, embora assistissem à reprodução dos demais animalzinhos – o namoro do cavalo e da égua, inclusive, era o que mais despertava a atenção dos filhos de Deus.
Enquanto Deus se preocupava com seus projetos aqui em baixo, ou melhor, no planeta azul, nos céus um sujeito chamado Lúcifer protestava por mais poder. O Diabo, com era chamado por seus amigos de infância, queria ser "o cara" e pensava que poderia ser mais "o cara" do que o próprio Todo Poderoso. Pensou até em ser presidente dos céus, o que era impossível para um anjo.
Deus, em sua eterna bondade, simplesmente repreendeu Lúcifer. Nada de castigo, como ter de ficar de joelhos sobre um monte de milho no canto da sala, apenas um pequeno puxãozinho de orelha. Entretanto, Lúcifer não sossegou. Ganancioso, ambicioso, vaidoso e teimoso – alemão nenhum era tão teimoso quanto ele –, Lúcifer não aceitava o fato de que nunca poderia ser o "Todo Poderoso".
Esquerdista, como sempre, Lú logo criou um partido político, que registrou como PUM (Partido Ultra Maligno). Reuniu consigo anjos que apostavam na força da oposição e, em poucas horas divinas, deu início a invasões de nuvens de diamantes, a panelaços em frente ao rio divino e cristalino, a pichações no trono dourado, coisas do tipo.
Deus, sempre ponderado e justo em suas decisões, refletindo sobre os acontecimentos, pensou ser melhor abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias contra seu mais belo anjo. Vale ressaltar que o nada modesto Lúcifer havia ganhado 203 edições consecutivas do Mister Heaven, até perder o último concurso para o anjo Gabriel, fato que causou o maior quebra-quebra e resultou no cancelamento do evento por 10 mil anos. Deus não estava nada satisfeito com as atitudes de Lú. Já o havia proibido de consumir energéticos e de ingerir bebidas alcoólicas, mas o cidadão não tomava jeito.
Um atentado promovido por Lúcifer contra Miguel, comandante da T.O.P.E (Tropas Ostensivas de Patrulha Eterna), foi a gota d’água. Era o que faltava para dar prosseguimento à CPI. Deus – que por ser onipotente, onipresente e onisciente não tinha dúvidas da autoria do atentado a bomba – queria apenas colocar o preto no branco, comprovar a todos que o Diabo era o culpado e que merecia ser punido.
O caso chegou ao fim depois de alguns dias celestiais. Um DVD bastante comprometedor, encaminhado à Justiça Divina por anônimo, foi apresentada como prova principal pela Promotoria Celestial, permitindo assim o fim das investigações. Nas imagens, Lúcifer, “mamado” depois de algumas caipirinhas, aparecia espancando dois serafins e cinco arcanjos ao mesmo tempo – anjos que queriam impedi-lo de seguir com os planos do atentado. A gravação tinha baixa resolução, mas as imagens eram nítidas e com bom áudio, o que dificultou o trabalho dos advogados de defesa, partidários do Diabo.
Enfim, o julgamento veio para trazer novamente a paz eterna. Durante o juízo divino, Lúcifer chegou a pegar fogo de raiva. Seus advogados de defesa fizeram o possível para tentar livrar a cara do cliente-demo, mentiram bastante inclusive. Contudo, as alegações da defesa não foram suficientes. O Diabo foi condenado a ser expulso dos céus, sem direito a recorrer. Todos os seus partidários, cúmplices, foram enquadrados com igual sentença.
Toda a cambada de Lúcifer perdeu o título de anjo, tornando-se demônios exilados no mundo de Adão. Não demorou muito e Lú se fantasiou de serpente para incentivar Eva a mordiscar uma jaca – alguns defendem que se tratava de uma maçã, mas boto fé que era uma jaca. O resultado disso foi o pecado original, um assunto para ser tratado em outra ocasião.
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A Bíblia fala, no livro de Gênesis, sobre a criação da Terra. Talvez por falta de espaço, talvez por sigilo divino, ou ainda pela falta de papel e caneta naqueles tempos, o livro sagrado não traz detalhes pormenores sobre como tudo começou. Aí, como sempre, há alguém com uma teoria nova sobre o início da humanidade.
Considerando o que ficou "em off", na minha versão, a história foi mais ou menos assim. No princípio, Deus criou os céus e a Terra. Depois, trabalhou na fabricação de uma variedade incrível de seres, todos irracionais, para enriquecer a Sua criação.
O Altíssimo percebeu, no decorrer da semana, que a invenção só ficaria legal se nela existisse alguém que fosse sua imagem e semelhança, que fosse inteligente, forte, decidido, valente, trabalhador e que jamais trocasse futebol por novela. Para encurtar a história, era o que faltava para a criação do homem. A obra-prima da fabulosa invenção recebeu o nome de Adão.
Uma das primeiras atribuições de Adão foi a de chefe de cartório do Éden. Ele tinha total autoridade para nomear os outros animais da época. Era um trabalho cansativo, mas a falta de ter com quem conversar – e de fazer outras coisas – fez de Adão um sujeito estressado. Nem os comprimidos diários de ginseng estavam resolvendo o problema.
Bem no dia em que Adão havia decidido que o animal pescoçudo se chamaria girafa e que o mais temido deles teria o nome de leão, Deus resolveu acrescentar algo à criação. Quando Adão adormeceu, logo após comer carne de carneiro ao molho madeira, Deus investiu na criação da mulher. "Acho que uma costela será o suficiente", pensou o Autor da Vida. Hoje é fato que talvez fossem necessárias bem mais do que uma mera costela.
Não há dúvidas, porém, de que Deus acertou em cheio no quesito beleza. Por pressuposto, deve ter exclamado após concluir a obra: "nossa, ficou bem mais bonito que o homem". Um detalhe, o ingrediente usado na fabricação de pêlos estava em falta, graças a Deus. Eva era loira natural, tinha a cintura bem definida e peso de acordo com sua altura: 1,70m. A cor dos olhos: azuis, claro.
Sempre perfeito, Deus gastava boa parte de seu tempo cuidando da Terra, de todos os seres vivos, mais precisamente de Adão e Eva. Os dois já pensavam em ter filhos, mas não sabiam como fazê-los, embora assistissem à reprodução dos demais animalzinhos – o namoro do cavalo e da égua, inclusive, era o que mais despertava a atenção dos filhos de Deus.
Enquanto Deus se preocupava com seus projetos aqui em baixo, ou melhor, no planeta azul, nos céus um sujeito chamado Lúcifer protestava por mais poder. O Diabo, com era chamado por seus amigos de infância, queria ser "o cara" e pensava que poderia ser mais "o cara" do que o próprio Todo Poderoso. Pensou até em ser presidente dos céus, o que era impossível para um anjo.
Deus, em sua eterna bondade, simplesmente repreendeu Lúcifer. Nada de castigo, como ter de ficar de joelhos sobre um monte de milho no canto da sala, apenas um pequeno puxãozinho de orelha. Entretanto, Lúcifer não sossegou. Ganancioso, ambicioso, vaidoso e teimoso – alemão nenhum era tão teimoso quanto ele –, Lúcifer não aceitava o fato de que nunca poderia ser o "Todo Poderoso".
Esquerdista, como sempre, Lú logo criou um partido político, que registrou como PUM (Partido Ultra Maligno). Reuniu consigo anjos que apostavam na força da oposição e, em poucas horas divinas, deu início a invasões de nuvens de diamantes, a panelaços em frente ao rio divino e cristalino, a pichações no trono dourado, coisas do tipo.
Deus, sempre ponderado e justo em suas decisões, refletindo sobre os acontecimentos, pensou ser melhor abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias contra seu mais belo anjo. Vale ressaltar que o nada modesto Lúcifer havia ganhado 203 edições consecutivas do Mister Heaven, até perder o último concurso para o anjo Gabriel, fato que causou o maior quebra-quebra e resultou no cancelamento do evento por 10 mil anos. Deus não estava nada satisfeito com as atitudes de Lú. Já o havia proibido de consumir energéticos e de ingerir bebidas alcoólicas, mas o cidadão não tomava jeito.
Um atentado promovido por Lúcifer contra Miguel, comandante da T.O.P.E (Tropas Ostensivas de Patrulha Eterna), foi a gota d’água. Era o que faltava para dar prosseguimento à CPI. Deus – que por ser onipotente, onipresente e onisciente não tinha dúvidas da autoria do atentado a bomba – queria apenas colocar o preto no branco, comprovar a todos que o Diabo era o culpado e que merecia ser punido.
O caso chegou ao fim depois de alguns dias celestiais. Um DVD bastante comprometedor, encaminhado à Justiça Divina por anônimo, foi apresentada como prova principal pela Promotoria Celestial, permitindo assim o fim das investigações. Nas imagens, Lúcifer, “mamado” depois de algumas caipirinhas, aparecia espancando dois serafins e cinco arcanjos ao mesmo tempo – anjos que queriam impedi-lo de seguir com os planos do atentado. A gravação tinha baixa resolução, mas as imagens eram nítidas e com bom áudio, o que dificultou o trabalho dos advogados de defesa, partidários do Diabo.
Enfim, o julgamento veio para trazer novamente a paz eterna. Durante o juízo divino, Lúcifer chegou a pegar fogo de raiva. Seus advogados de defesa fizeram o possível para tentar livrar a cara do cliente-demo, mentiram bastante inclusive. Contudo, as alegações da defesa não foram suficientes. O Diabo foi condenado a ser expulso dos céus, sem direito a recorrer. Todos os seus partidários, cúmplices, foram enquadrados com igual sentença.
Toda a cambada de Lúcifer perdeu o título de anjo, tornando-se demônios exilados no mundo de Adão. Não demorou muito e Lú se fantasiou de serpente para incentivar Eva a mordiscar uma jaca – alguns defendem que se tratava de uma maçã, mas boto fé que era uma jaca. O resultado disso foi o pecado original, um assunto para ser tratado em outra ocasião.
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muito bom!
ResponderExcluircara se voçe soubece o tamanho do poder de DEUS nunca brincaria com as coisas dele voce e um idiota vagabundo puto trouxa voce nao passa de um inseto perante DEUS cala a sua boca nao pronuncie o nome do todo poderoso voce e um imundo.
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