9 de abril de 2010

Entrevista com Cobain

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"Quando Toddy chamar seu nome acene para o público e vá ao encontro do entrevistador, okay?", disse a assessora, enquanto retocava a maquiagem da mais recente celebridade do País. Cobain não participou do reality show Big Brother, mas havia se tornado conhecido da noite para o dia. Foi dormir anônimo, e acordou com pedidos de entrevista ao telefone. Chamou uma amiga jornalista – e ex-namorada, claro – para ajudá-lo a lidar com a situação e com o assédio da imprensa. Tornara-se famoso, por acaso.

Cobain era o entrevistado da noite no Toddy Show, programa que se tornara campeão de audiência no horário nobre, liderado por John Toddy, um apresentador de humor sarcástico e perguntas ácidas. Composto por três blocos, o programa normalmente tinha três entrevistados. Contudo, Toddy falaria apenas com Cobain naquela noite. O mundo queria saber mais sobre o moreno de 1,82m de altura, que conquistava as mais belas mulheres até nas muitas vezes que, sem carro, teve de ir à pé ou de carona para as baladas.

A fama veio após o lançamento do livro "Cobain e o Universo Feminino", que revela romances de um galã e dá dicas de como entender mais bem as mulheres. "Quando compreendidas e amadas, mesmo na TPM, elas fazem tudo o que eles querem (na cama)", diz trecho do livro, que se tornou best seller mundial em menos de um ano após seu lançamento. Averso a entrevistas e se sentindo pressionado a revelar a identidade do protagonista, Luiggi Oliveira contou em entrevista exclusiva à revista semanal "Tudo" quem era Cobain e como o conhecera. Feito isso, o escritor se isolou em sua casa na Serra Gaúcha e Cobain, não teve mais sossego.


— Vou receber agora aquele que talvez seja o maior galã desde Don Juan. Vem pra cá Cobain — anunciou John Toddy, seguido de música de entrada de seu sexteto.
— Depois que Luiggi Oliveira revelou seu verdadeiro nome, você prefere ser chamado apenas de Cobain. Por quê?
— Nossa, como estou nervoso. Se ficasse assim com as mulheres ainda seria virgem — disse Cobain, arrancando risos da plateia. Era sua primeira entrevista em rede nacional e ele, ainda confuso com tamanho assédio, esperava agradar.
— Queria eu ser mais tímido diante das câmeras e ter tanta facilidade com as mulheres.
— Não há segredo, você só precisa dizer o que elas querem ouvir. E ser romântico e atencioso na dose certa.

— É possível manter esse nível de conquistador sempre? Por exemplo, no fim de semana agora acontece a Atchuca, uma das maiores raves do País. Você consegue se dar bem nesse tipo de festa?
— Vixi, faz tempo que não vou a uma rave. Hoje em dia deve ser bem diferente. No meu tempo não existia "emos", por exemplo — disse o bem apessoado, seguido de mais risos da plateia.
— O que rola numa rave, além de "emos"?
— Rola de tudo: música tecno, várias tribos de gente, de hippies a playboys, muita "bala" e muito "doce" — disse, referindo-se ao uso de entorpecentes ilícitos. — Muito energético também. Tem uma galera que faz swing, que é um malabarismo com foto e cordas e não orgia sexual, claro — acrescentou o entrevistado.

— Você quer dizer que em rave fica todo mundo noiado? — perguntou Toddy, que insistia no assunto ao ouvir de seu diretor que a audiência havia disparado.
— No meu tempo, cerca de 85% usavam algum tipo de droga, infelizmente.
— Fiquei sabendo que essas festas às vezes duram dias. Como isso é possível Cobain?
— Então Toddy, quando você está numa festa que não tem hora pra acabar, afastada da cidade, com bebida, comida, drogas e opções para sexo... cheio de gente, por que ir embora?

— Como o oportunista Cobain se comportaria na festa deste fim de semana?
— Não vou a essa festa, mas vou traçar um perfil psicológico do Cobain (risos). Ele é um cara que se dá bem com as mulheres, certo? Sai com mulheres que os outros geralmente nem chegariam. Quero dizer, sai com mulheres casadas e noivas, isso pra não falar naquelas que têm namorado. Então, ele é um cara que analisa as meninas, que sabe conversar com elas e encontra as lacunas que elas querem.


— Mesmo em uma rave?
— O tempo todo. Agora, como conselheiro amoroso, faço isso também profissionalmente.
— Como conselheiro, que dica você tem a quem quer se dar bem numa rave sem usar drogas, e que quer deixar a festa direto para um motel?
— Quanto mais sóbrio você estiver, melhor. É isso que posso dizer. Estando sóbrio, você tem condições de chegar na menina na hora certa.

Com a audiência bombando, John Toddy encerra o primeiro bloco e chama o intervalo comercial. Cobain, já mais relaxado, é aconselhado por sua assessora. Em sua primeira aparição em horário nobre, e em rede nacional, o galã conquista sorrisos e audiência.

Não saia daí, nem mesmo para estourar pipocas. Voltamos em segundos com Cobain, o novo Don Juan... (pausa) que merda isso aqui. Oooo direção, a gente está economizando no ar-condicionado por acaso? Deixa mais frio isso aí!
Você acha que me saí bem? — perguntou Cobain.
Claro, mas vê se conta mais detalhes sórdidos, para apimentar a entrevista. Aliás, acho que aquela minha assistente de palco ali está de olho em você.
— Eu sei, já combinei uma volta com ela assim que sair do teu programa.
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4 comentários:

  1. ahaaa mto bom!! eu ri! auhauhauah e tenho até medo desse tal cobain! bjus mocotó

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  2. KKKKKKKKKKKKKKK

    Muiro bom LF...

    quem diria de uma simples conversinha de manha..
    sairia uma divertida cronica como esta!

    Parabens pela criatividade.. e temos q continuar a conversa!

    Forte abraço!!!
    Cobain

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  3. Maior que o Don Juan?
    Eu diria até mais.

    Maior que o José Mayer
    oO

    Mais uma boa crônica.
    Já está convidado para a "Quinta do Conto" no www.mais1livro.com

    ;)

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  4. Maior q o José Mayer foi boa!
    hahahahhhaa

    Muio divertida a sua cronica :)
    ri muito!

    Abraços, sucesso :)

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